As técnicas de auriculoterapia com sementes que eu trabalho na minha prática clínica tem como fundamento a abordagem neurofisiológica aplicada ao raciocínio clínico com auriculoterapia.

Trata-se de uma terapêutica integrativa baseada no microssistema orelha ampliada a partir do momento que se observa na prática clínica uma ativação da atividade neurofisiológica do corpo.

A conexão nervosa entre o pavilhão auricular e o SNC são altamente responsivas a ativação do SNA, isso se dá com a aplicação dos estímulos auriculares com sementes e massagens e em questão de segundo o paciente relata uma sensação de pressão, calor e/ou dor no local da picada, por meio da ativação das vias descendentes na medula espinhal.
A partir do estímulo inicial o cerébro encaminha informação nervosa para o corpo mobilizando o SNA e vias descendentes que se conectam com órgãos e vísceras.

Essa via de comunicação neurossensorial é ativada pelos acupontos auriculares, promovendo resposta terapêutica capaz de aliviar desordens em regiões do corpo distais à aurícula.

A auriculoterapia Neurofisiológica baseada em evidências:

O trabalho de GIMENES et al (2014) teve como objetivo avaliar a influência imediata sobre o sistema nervoso autônomo (SNA) mediante estímulo com auriculoterapia através da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Sendo uma pesquisa que investiga parâmetros fisiológicos para avaliar a resposta a um tratamento com auriculoterapia com foco de investigação da ativação do sistema nervoso autônomo.

A experiência foi realizada com  11 indivíduos saudáveis do sexo masculino de 18 a 28 anos (média 23,36 ± 3,10) constituindo inicialmente um grupo auriculoterapia placebo (G FAP) e após uma semana passavam a denominar-se grupo auriculoterapia teste (GAT)

. Foram estimulados com agulhas semi-permanentes de 1,5 mm os pontos auriculares shen men e simpático no GAT e como controle utilizou-se o ponto do olho no GAP por não ter relação com o SNA. O tempo de permanência das agulhas foi de 15 minutos, sendo realizada uma única sessão.

O estudo constituiu-se de três fases; repouso, intervenção e recuperação, com tempos específicos.

Para a coleta dos sinais em cada fase, foi utilizado o monitor cardíaco Polar S810ir e analisados através da Transformada Wavelet Contínua (TWC).

Resultados: No GAT ocorreu um aumento do predomínio do sistema nervoso simpático e diminuição do parassimpático, demonstrando alterações no SNA ao observar diferenças estatisticamente significativas entre as fases do protocolo. No GAP não houve resultados estatisticamente significativos entre as fases da coleta dos
sinais.

Conclusão: A auriculoterapia estimulada com agulhas semi-permanentes de 1,5 mm nos pontos shen men e simpático foi capaz de provocar alterações no SNA, com predomínio do sistema nervoso simpático.

Referência:

JIMENEZ, Rodrigo Negrão et al. Análise do efeito imediato da auriculoterapia no sistema nervoso autônomo. Rev Bras Terap Saúde, v. 5, n. 1, p. 15-20, 2014.